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Tiradentes – Ouro Preto – Mariana

Olá, pessoal! Todos bem? Nossa, por aqui deu uma boa esfriada e por aí?

Hoje trouxe fotos da viagem que fizemos em abril, no feriado de Tiradentes! Nem faz tanto tempo que voltamos, mas já estamos com saudades! Conhecer algumas cidades históricas de Minas Gerais foi uma experiência incrível!

A princípio, só ficaríamos hospedados em Ouro Preto, mas pesquisando sobre a viagem li muitos comentários bons sobre Tiradentes. Como a cidade estava no percurso decidimos passar uma noite por lá e conhecer.

Que cidadezinha linda e aconchegante! Chegamos meio perdidos, sem saber para onde ir, mas logo nos deparamos com aquelas pracinhas típicas de cidades do interior, sabem?! Uma graça! Apesar de morar na “cidade grande”, foi fácil começar a me sentir em casa.

Praça localizada no Largo das Forras. Ao redor estão localizados os restaurantes, bares e lojinhas de artesanatos. Muitas charretes aguardam aqueles que não estão dispostos a subir e a descer as ladeiras da pequena Tiradentes. Observem a Serra de São José ao fundo!

Chegamos com a barriga roncando de fome e procuramos um restaurante indicado por muitos: o “Restaurante do Celso”. O lugar é super simples, fachada sem firulas, creio que pode até passar despercebido por alguns! Uma pena, já que a comida é deliciosa! Pedimos um feijão tropeiro, hummmm… gostamos tanto que voltamos para jantar e experimentamos o tutu de feijão. Só de lembrar me dá água na boca! Bem, a comida mineira dispensa comentários, né?!

Depois do almoço fomos caminhar pelas ruas que preservam o calçamento original. Um bom par de tênis e bastante fôlego nas ladeiras te levam a apreciar a belíssima arquitetura colonial, os casarões e casinhas com suas portas e janelas contornadas por cores vivas, as lindas igrejas… é uma viagem de volta ao passado.

Igreja Matriz de Santo Antônio

Chafariz de São José. Datado de 1749, a construção aparenta a fachada de uma igreja. Possuía três funções: abastecer a vila com água potável pelas bicas frontais, lavagem de roupas no tanque lateral direito e bebedouro dos cavalos no tanque lateral esquerdo que ali havia. Sua fachada guarda uma rara imagem de São José de Botas, padroeiro dos bandeirantes e desbravadores, e um brasão da coroa portuguesa.

São José de Botas

Igreja São Francisco de Paula

A cidade à noite fica um charme com as luzes acesas!

Fiquei encantada com a decoração das lojas!

As lojinhas de artesanatos são recheadas de lindezas! Foi difícil escolher as nossas lembranças e uma delas foi uma igrejinha da loja abaixo. É feita com garrafa PET triturada e gesso. E mais: no interior da igrejinha, no fundo, tem um altar pintado!

Achei muito legal essa luminária! De uma outra loja.

E as lojas de doces e queijos? Tinha para todos os gostos!

A pousada que nos hospedamos (Pousada Curió) era um encanto, decorada com muitas ideias bacanas que vejo navegando pela internet. Como amante de decoração, não poderia deixar de registrar e compartilhar com vocês:

Olhem esse vasinhos com suculentas e cactos! ♥

Sala de estar. Observem o lindo baú.

Plantinhas no livro! 🙂 Eu adorei essa ideia e também fiz, depois mostro!

Gaiola com pisca pisca e ao fundo, um par de botas de madeira e um antigo bule de ferro usado como vaso para suculenta. Adorei também esse vaso com renda portuguesa, acho linda essa planta! Ideias para decorar racks, aparadores, buffets…

No dia seguinte, tomamos um delicioso café da manhã (comemos muito pão de queijo rs), demos mais uma voltinha na cidade e seguimos rumo a Ouro Preto, já com uma pontinha de saudade da querida e tranquila Tiradentes.

Quando entramos na cidade de Ouro Preto, logo nos deparamos com as famosas e intermináveis ladeiras com calçamento de pedra, super estreitinhas. Já estava bem movimentada por conta do feriado de Tiradentes.

Nos perdemos um pouco pelas ruelas até que encontramos a nossa pousada, localizada numa ladeira SUPER íngreme. Pensem em uma pessoa que ficou com medo de descer a pirambeira?! rs.

Não sei se é possível perceber a inclinação com essa foto, mas acreditem, foi teeeenso! A entrada da pousada é naquele telhadinho, ao lado desse restaurante “Contos de Réis”.

Bem, passado o susto inicial, estacionei o carro e fiquei muito feliz em saber que só o tiraria de lá na hora de ir embora… rs. Já tinha lido comentários sobre como era complicado dirigir pela cidade, então reservei essa pousada, localizada bem próximo à Praça Tiradentes e a um ponto de ônibus.

Chegamos no quarto para deixar as malas e quando abrimos a janela, uma vista espetacular nos dava as boas vindas!

Almoçamos rapidinho, passamos no Setor de Informações Turísticas para pegar um mapa e já fomos nos embrenhando pelas ruas de Ouro Preto. Ah, caminhar por lá é completamente diferente de dirigir. Aliás, é uma delícia! Chega a ser contraditório dizer isso, já que quase nos arrastamos em algumas subidas (haja fôlego), mas é lindo de se ver! São tantos detalhes nas casas, construções, que você tem que ir com calma, parar para admirar, senão acaba passando despercebido.

O centro histórico está bem preservado, as casas restauradas e bem pintadas. Vi muitas janelinhas com floreiras, uma graça!

A quantidade de igrejas e capelas é impressionante. Para cada lugar que você olha existe pelo menos uma aguardando seu clique na máquina fotográfica.

A noite por lá é muito linda também! Ô cidade fotogênica! 🙂 Para quem curte fotografia é um prato cheio!

Então você escolhe a igreja que está mais perto e vai se surpreendendo mais e mais a medida que se aproxima. Começa a se lembrar das aulas de História, Literatura e Artes. Quantas vezes já tinha visto imagens dessas igrejas em livros, quantas aulas tive sobre o período e a arte Barroca. Ver tudo isso “ao vivo” é sem dúvidas, emocionante!

Infelizmente, não conseguimos entrar em todas as igrejas, mas passamos por quase todas, creio que só faltou uma! Não é permitido filmar ou fotografar no interior, então apenas guardo na memória as belíssimas pinturas de mestre Ataíde, a genialidade de Aleijadinho…

As fachadas e o interior das igrejas já impressionam por si só, mas fazer uma visita guiada é ainda mais interessante e proveitosa! Em uma das igrejas, um senhorzinho nos guiou e foi sensacional, saímos de boca aberta com tantos detalhes que passariam despercebidos e conteúdo histórico que desconhecíamos!

Igreja Nossa Senhora do Carmo

Igreja São Francisco de Paula. Achei linda essa foto com a nuvem e os raios de sol. Fica no topo de um morro. Depois da subida, ficamos um bom tempo descansando e apreciando a vista maravilhosa da cidade que se tem por lá. Estamos acostumados com a barulheira da cidade e lá fazia um silêncio tão, mas tão gostoso…

Igreja de São Francisco de Assis

Entre igrejas e museus, reservamos um tempinho para conhecer a maior mina de ouro  aberta à visitação do mundo, a Mina da Passagem, localizada em Mariana.

Que passeio bacana! Já começa com uma aventura: para seguir até as galerias subterrâneas, temos que descer num trolley, o mesmo “trenzinho” utilizado na época para se locomover até a mina. Por um instante, você até se sente no filme do Indiana Jones… rsrs.

Eu nunca tinha entrado numa mina antes, gostei muito, ainda mais que fomos com um grupo muuuuito divertido e o guia que desceu conosco era ótimo, super engraçado, nos passou muitas informações e contou diversos “causos” rs.

A mina fica a 120m de profundidade e o cenário é muito interessante.

Dentro da mina é possível ver um lago, que se formou após perfurações no lençol freático. A água ocupou parte das galerias e, para quem deseja, nele são realizados mergulhos conduzidos por uma empresa.

Em outro dia, voltamos à Mariana, mas para conhecer a cidade. Fomos com o Trem da Vale, que possui vagões convencionais e panorâmicos. Fomos no panorâmico, pois marido é mega calorento e nele havia ar condicionado. O passeio original é feito com maria fumaça, mas ela não estava em funcionamento. Gostamos muito, vimos paisagens muito bonitas durante o caminho.

Em Mariana, conhecemos a Catedral Basílica da Sé. A fachada é modesta, mas logo quando entramos nos deparamos com um enorme lustre de cristal da Boêmia e retábulos ricamente ornados. A catedral guarda também uma outra preciosidade: um órgão construído na primeira década do século XVIII em Hamburgo, Alemanha, por  Arp Schnitger. Em certos dias da semana é possível ouvi-lo em interpretações de conceituados organistas, uma pena que não conseguimos apreciar o concerto.

Catedral Basílica da Sé

Subimos uma ladeira e chegamos à Praça Minas Gerais, em que se localizam as igrejas abaixo:

À esquerda, Igreja São Francisco de Assis e à direita, Igreja Nossa Senhora do Carmo. No centro da foto, se encontra o Pelourinho: no topo há um globo, que simboliza as conquistas marítimas portuguesas. O braço esquerdo sustenta uma balança, representando a justiça. O direito segura uma espada, ou seja, a condenação. Ao centro está o Brasão Português. Na parte de baixo, está fixado um par de argolas de ferro, lembrança de um tempo em que o Pelourinho era usado para açoitar escravos em praça pública. Mto triste pensar nisso…

Ouro Preto também possui diversas lojinhas de artesanato, mas a que mais gostei é na verdade uma feirinha em que são vendidas, em sua maioria, objetos decorativos feitos com pedra sabão. Havia alguns artesãos trabalhando e foi muito legal ver como eles esculpem a pedra, fazem os detalhes. São extremamente rápidos e habilidosos!

Olhem que coisas lindas!

Nós compramos uma pequena mandala feita por esse artesão.

E foi assim nossa aventura! Voltamos repletos de boas lembranças e uma enorme bagagem cultural. Se você gosta desse tipo de viagem, recomendamos muito pela beleza e pela história que carrega…

Para finalizar, deixo uma foto que tirei no trem, quando estávamos partindo em direção à Mariana:

“O passado me trouxe, agora eu que levo”

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